segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

PERFORMANCE EM ESCOLA DE BARCELONA

No dia 17 de fevereiro, Carnaval, eu, a Palhaça da Troupe Volare fui convidada a fazer uma performance em uma escola infantil, em Badia del Valles/Barcelona, na Espanha (mais especificamente na Região da Catalunya), para crianças de 4 meses a 3 anos, e suas famílias.

Primeiro aconteceu um desfile pelas ruas de Badia del Valles, e posteriormente uma festa na escola.



Aprendi muitas coisas nesses seis meses que estou vivendo em Sabadell, Barcelona. Uma delas é porque o palhaço é tão reconhecido e respeitado na Europa. Aqui, as pessoas são muito fechadas, e não se permitem demonstrar o que realmente sentem. Pude ver, ontem (19/02), que aqui as pessoas, na platéia de uma apresentação de dança ou de um desfile, mesmo de CARNAVAL, quase não se movimentam. Apenas olham e aplaudem. Paradas. Existe uma distância grande entre um artista em geral (atores, dançarinos, músicos) e seu público.

E o palhaço é o artista que tem o poder, o dom talvez, de quebrar essa barreira, e fazer com que as pessoas se permitam sorrir, se movimentar, conseguir expressar o seu verdadeiro EU, a criança que ainda existe escondidinha lá no fundo.


No Brasil, especialmente nas grandes cidades, as pessoas se tornam cada vez mais individualistas, estressadas com seus trabalhos, sem tempo para os filhos... E esse momento de descontração, de união, de comunidade do grupo ou da platéia, onde todos riem juntos, cantam juntos, criam ritmos com palmas JUNTOS, as pessoas podem tirar suas máscaras e viver o presente, ser uma comunidade.

Ontem mesmo, Lola Spaza me dizia que "o nariz do palhaço é a menor máscara do mundo". é verdade, mas é uma máscara que não esconde, na verdade revela. Com essa máscara mágica, a pessoa do palhaço também se permite ser quem é. Segundo o Rafael Barreiros, Palhaço Alípio, no curso Levando o Riso a Sério, "o palhaço é seu EU expandido".
Não precisa na verdade ser um nariz. Pode ser uma sombrinha, um chapéu, alguma coisa com a qual a pessoa do palhaço sinta que se tranformou. A professora da escola que me convidou para fazer a performance na festa disse que minha sombrinha era mágica, porque a permitiu fazer coisas que ela nunca fez, como dançar, cantar, SAMBAR!!! Na verdade a criança está dentro dela, é só ela se permitir libertá-la...

Foi extremamente gratificante ir vendo sorrisos aparecendo nos rostos antes sérios, tanto na escola quanto ontem, no desfile de carnaval.

Aliás, gostaria de agradecer, minha à amiga Carmem, a professora, pelo convite. Foi uma experiência extremamente enriquecedora.

Grande abraço a todos!

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